domingo, 23 de maio de 2010

Extremos.

A vaidade é, definitivamente, um dos principais males da humanidade. Me satura ver no ser humano a excessiva busca por beleza e juventude, fugindo do rumo natural das coisas, com a crença de que algum dia, por si mesmo, poderá vencer o invencível: A morte.
Pode se ver por esse mundão a fora que personalidades como o falecido Michael Jackson, a construída Angela Bismarch e inúmeros outros cidadãos do mundo, que a beleza, ainda que seja de um ponto de vista diferente do convencional, é absurdamente procurada e, até mesmo, construída com cada vez mais exageros, sem levar em conta a importância de se envelhecer com dignidade.
Daqui a algum tempo, como hoje, ainda que imperfeito, mas possível, será natural se ver pessoas em velório exclamando: - Nossa! Como o rosto de sua filha era bonito! Você se incomodaria de doa-lo para que eu faça um transplante?
Acho que nesse ponto seria interessante comentar sobre os extremos em nossas vidas e suas implicações e reais necessidades para uma vida minimamente sadia.
Eu tenho para mim, com absoluta certeza, que não existe preocupação com o bem estar dos indivíduos da parte dos cientistas, mas sim a preocupação com status em seu meio. Pelo menos não acredito que estes cientistas a lá "Drº Frankenstein" de hoje queiram o bem da humanidade.
Agora, admito que, para alguém que se alimenta e respira na base de sonda e que sofre as dores da alma por conta de terceiros, é uma questão pavorosa mas de extrema importância para um bem viver. De maneira nenhuma vejo como uma questão de vaidade.
Vamos convir que um transplante para esses fins é muito diferente de uma abdominoplastia, onde a maior procura pela cirurgia é de pessoas com uma boa condição financeira e que estão dispostas a pagar, no mínimo, 5 mil Reais para cortar um pedaço da barriga, apenas porque não conseguem fechar a boca e passar de uma a duas ínfimas horas de seu dia de soberba e vaidade em uma academia.
Para mim, cirurgias plásticas estéticas deveriam ser extremamente mais caras para compensar a injustiça com o cidadão mais pobre e que vai passar a vida gastando com remédios para não ter o seu coração, rim ou rosto rejeitado pelo organismo.
Ainda a pouco tempo, vi em um programa o caso de um jovem fissurado por pearcing e tatuagens e que havia rasgado a orelha com um alargador. Sua intenção com a reconstrução da orelha era poder colocar outro alargador para ter um furo maior que o anterior.
Muito primitivo para mim, mas é um ótimo exemplo de extremismo no que diz respeito a vaidade. No Guinness não faltam exemplos bizarros a esse respeito.
Tento receber essas questões com o mínimo possível de estranheza, mas me indago se o individuo não acaba abrindo mão daquela característica que foi formada com ele enquanto pessoa simples, mas ímpar, para se tornar uma criação imperfeita, sem direito a retorno a condição inicial e que o torna igual aos outros na medida que cada vez mais as pessoas se igualam procurando ser diferentes.
Detalhe: tudo isso na base de muita dor.

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