quarta-feira, 21 de abril de 2010

Direto e sem metáforas.

Eu gostaria de não ser tão são para ter a oportunidade de surtar volta e meia. Já faz tempo que reclamo da falta de um espaço meu em casa. Em casa de meus pais, na verdade. Se estou no banho, não posso banhar-me de porta fechada. frequentemente o banheiro e invadido e, pela manhã, normalmente no mesmo horário, estou eu a tomar banho e minha mãe a evacuar, deixando-me com o conforto da fragrância de dejetos de alguém que toma remédios para pressão alta e para controle da diabetes.
Divido o quarto com meus irmãos. Só esse fato já me é de chorar, mas como complemento, todas as desvantagens disso são mais pesadas quando se fala de mim. Quando dormíamos em beliches, minha cama ficava no meio do quarto e servia de sofá para meus irmãos e para quem chegasse de visita. O resultado foi que meu colchão me incomodava todas as noites.
Para resolver o caso, minha mãe nos presenteou com camas do tipo "box"... quer dizer, presenteou a meus irmãos com as tais camas. Duas camas...
Para mim sobrou uma cama dura das de puxar de debaixo de uma das outras. Realmente ninguém mais usa minha cama como sofá. Agora não culpo mais os outros por dormir mau. Culpo a cama.
Meu computador fica na sala. Qualquer conversa mais particular fica exposta à quem estiver na sala. Fone de ouvido a todo tempo para qualquer atividade com o PC.
Sinto, algumas vezes que não posso sair de casa de modo tranquilo. Se saio de mochila, por algum motivo qualquer, amada mãe me olha de cara feia e afirma "não vai voltar hoje!", se vou na esquina por qualquer motivo, ouço um "vai fazer o que na rua?". Qualquer coisa que faça fora que não seja ir ao trabalho ou ao curso, recebe um questionamento que não me parece mais qualquer sinal de preocupação e sim de regulação incisiva.
Não posso receber visitas em casa.
Se saio e digo que vou sair com um amigo, vem um e me fala que são muito estranhos esses meus amigos que ninguém conhece.
Na verdade, são projetos de amigos na maioria das vezes. Justamente porque a muito tempo que desaprendi a fazer qualquer tipo de amizade e a desenvolver qualquer tipo de conversa interessante por mais que 20 minutos.
Namoradas, então, nem se fala!

Morar com minha mãe tem lá suas vantagens. Faço justiça dizendo e reconhecendo que tenho tudo que ela pode fazer por mim, mas no seu lado ruim, hoje não sei cuidar de muitas coisas de minha própria vida, como, por exemplo, controlar meu dinheiro.
Acho que morando só, eu ganharia muito mais responsabilidade com isso e com inúmeras outras coisas na vida. Saberia remir melhor meu tempo, aprenderia a lavar minhas próprias cuecas (nem isso eu faço)...

Hoje estou no grande dilema de minha vida. Ou estudar e construir uma carreira, correndo o risco de passar a vida toda trabalhando sem o devido descanso, ou juntar um dinheiro na marra e fugir para um patrimônio meu, me matando de trabalhar por toda a vida sem o devido descanso.

Alguém tem uma terceira sugestão melhorzinha?

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