terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Estou eu aqui, mais uma vez, usando o espaço para reclamar da vida.

Um calor horroroso tem se feito na cidade do Rio de Janeiro e me pego em um de meus momentos em que, nos autos e baixos da vida, os baixos superabundam os autos.

Resmungo e reclamo.

Ultimamente, tenho feito muito isso!


Em determinada medida, sei eu exatamente qual posição tomar para por as coisas no lugar, mas há tempos que as coisas estão fora deste e não tenho tido ganas de fazer acontecer.

Comodismo destrutivo.

De certo que é o mal de muito carioca contemporâneo...


Outro ponto que coloco é que conscientemente dou razão a minha recém amiga e instrutora de língua estrangeira (que, se me permite observar, é criatura impar e, a meu ver, quase irrepreensível) quando diz que sou muito "cabeça dura".

Magoado e rancoroso?

É fato! Mas, por favor, não diga que é sem motivos!


Bom... o fato é que tenho andado chateado com algumas coisas no "geral da vida". Família, amigos, trabalho. As coisas tem se arrastado. Em outros campos, as tristezas desse mundão. O fato do alarde que fizeram com a tragédia de Angra só porque foi uma coisa repentina e, para eles, grandiosa. Só porque um punhado de pessoas de maior poder aquisitivo que, como muitos favelados por ai a fora, construíram suas caras casas a beira de encostas e agora perderam muito mais que um punhado de fortuna. Perderam vidas!

Todos os dias morrem pessoas pelo mundo a fora de formas das mais inusitadas as mais corriqueiras. Mas o mendigo que morre de fome ou frio na rua é uma notícia muito comum para gerar qualquer preocupação da mídia ou do governo.


-Ei! Eu não estava resmungando de meus problemas? - me pergunto, mas, infelizmente, este também é problema meu.


Entre outras coisas, é um dos pensamentos que me tiram a paz. Não sendo hipócrita de dizer que estas preocupações com terceiros sobrepõem-se as que tenho comigo, mas também me afetam.

Talvez porque sejam coisas que não quero para mim ou para uma possível descendência.


É piegas relatar isso, mas realmente é desejo meu uma igualdade entre as pessoas.

Estou cansado de tudo que tenho visto nas manchetes de jornais. Coisas, quando não fúteis, tristes e deprimentes. Retratos do ser humano cada vez mais decadente.


Relatando essa decadência, volto às reclamações iniciais sobre a minha vida. Dentro de minha própria casa (alias, casa de meu progenitor), vejo a discrepância da vida nas atitudes dos que aquele lugar habitam.


Fechando o quadro, o coração tem me cobrado quanto às atitudes tomadas no âmbito de um processo de carência. Este, gradativo, tem trazido um misto de momentos de satisfação e de frustração. Eterno incompreendido, desenrola uma vida de vais-e-vens sem precedentes.


Canso-me até de registrar estas angustias, mas é certo que me cansa mais ver o que tenho visto do lado de fora da caixa-preta de meu coração e nas atitudes de terceiros no comodismo de querer tirar vantagem em tudo.


Fica esta para a posteridade.

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