quinta-feira, 3 de março de 2011

Mais resmungos.

Revolta-me a falta de controle que paira sobre minha vida. Algumas vezes gostaria de limar da minha vivencia a todos e recriar uma vida com pessoas mais simples e de outros caráteres. Pessoas com outras cabeças e com outros pensamentos dentro delas.

Minha revolta começa de casa com o eterno controle que minha mãe tem sobre minha vida. Ainda que de maneira mais sutil hoje em dia e ainda que eu consiga identificar essa sutileza e fugir da engendração dela, eu acabo, por vezes, a fazer aquilo que segue a linha de raciocínio dela, me abstendo de minha vontade.

Em casa tenho me sentido em um cubículo que me proíbe mexer os braços e pernas. Pensando muito nessa questão, vejo que tenho levado essa dificuldade para fora de casa e aplicado em todo momento de minha vida. Tenho medo de tudo o que é novo. É muito difícil dar um passo a diante e levo muito tempo, mas muito tempo mesmo, entre identificar minhas vontades, analisar a viabilidade delas e executa-las.

Fico imaginando se minhas manias e compulsões são resultado de uma não vivencia em tempo oportuno daquilo que eu gostaria de ter ou fazer, gerando um desejo em tempos inoportunos de maneira permanente.

É muito difícil ser eu.

Foi difícil demais descobrir e organizar a minha identidade social. Foi difícil demais descobrir e organizar a minha identidade sexual. Está sendo difícil descobrir e organizar hoje aquilo que eu quero de futuro para mim.

Não quero mais estar me anulando em prol dos outros.
Passei minha adolescência me escondendo atrás de comportamentos que não eram meus para manter a carapuça que a sociedade queria que eu mantivesse. Sociedade que desde sempre influenciou a cabeça de meus pais e dos pais de meus pais sem permitir que eles tivessem forças para identificar aquilo que estava errado em suas vidas.

Irônico hoje eu conhecer o alvo de minhas flechas mas não ter força para envergar o arco. Ou não saber como envergar... acho que não faz diferença.

Estou baldado neste mundo e me sentindo sem espaço.

Longe de casa, as frustrações não são diferentes. Alias, acho que apenas são transportadas de um ambiente para o outro, com mudança de administração a cada transição.

Também eu, em minha insignificância, acabo agindo de forma a facilitar meu mal estar.
Coisas que eu já havia superado, acabei trazendo a tona novamente para me adaptar a situações (certamente me anulando por alguma circunstância, como havia comentado em algum ponto desse texto) me iludindo em achar que poderia ser um comportamento que compensaria alguma coisa.
Vou procurar, mais uma vez, ser eu mesmo.
Conheço o preço que terei que pagar e que já vinha pagando por ser eu, mas agora será um valor à vista e sem o sofrimento dos juros das prestações.

Os que me apóiam, alguma minoria deles, eu conheço e acredito que não preciso de mais alem destes poucos queridos.
De certo que cada um sabe o peso que carrega nas costas e o quanto vale esse peso. Por isso não diminuo ninguém em suas dificuldades e nem julgo se são maiores ou menores que as minhas, mas nesse momento, minhas tristezas serão colocadas a frente e não quero mais estender a mão a ninguém antes de poder erguer a mim mesmo a um estado melhor.

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